segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Prisoner - I Found You - 35°cap


  — Jack. — Falei entrando para abraça-lo. Ele me abraçou calado, só ficamos ali uns quarenta segundos abraçados.
  — Saudades. — Ele disse me soltando
  — Também. Eu quero ir pra casa da Lê. Me leva? — Perguntei
  — Mas não vai ficar nem para um cafezinho tori? — tia Barbara perguntou com toda aquela doçura.
  — Não tia. Faz tempo que eu não falo com ela. E tem coisas que eu só falo com a Lê. Ela é como uma irmã sabe? — falei
  — Entendo. — entramos no carro do Jack e ele ligou o rádio. Está passando the wanted. Só para alimentar pouco mais a saudade que só cresce dentro de mim.
  — Faz tanto tempo...e ela ainda faz sucesso. — ... I said peoples...
  — É. Incrível.
  — Esta triste?
  — Saudades.
  — Sei como é. Mas eles vão passar o natal conosco não ?
  — Não. Bom, ele disse que não sabia mas provavelmente não. — Respondi
  — Mas assim que der eles vão vir até nós certo? — Percebia-se de longe que tudo que o Jack quer fazer é me animar tentando enfiar na minha cabeça que eles vão vir nos ver. Eu confio nisso mas algo dentro de mim diz que não vamos nos ver tao cedo. Fomos o caminho escutando radio e em silêncio. Ao chegar na casa da Lê o Jack falou que ia dar um voltinha e depois vinha para me buscar.
  — Obrigada — disse e ele sorriu. Apertei a campainha e ela me abraçou assim que viu quem era. — Oi amiga. — Falei no abraço.
  — Quanto tempo. — Rimos
  — Nem tanto.
  — Mas a saudade ta tipo enorme. — falou me soltando. Fomos para a sala e a Sofia apareceu. Ela está grande.
   Passou alguns dias e quando percebi já era ano novo. Estava em casa quando amanheceu o dia 31 de dezembro. As crianças dormiram comigo. Na minha cama para tentar preencher o vazio do Jay. Me levantei indo para o banheiro. Lavei meu rosto e abri as gavetas a procura de um prendedor de cabelo. Nada, mas achei uma touca perdida do Jay. Pensei que ele tinha levado tudo. Mas pelo jeito ficou uma aqui. Espera... Essa é a minha touca. Dei risada e a coloquei no cabelo. Mandei uma foto pro Jay no Snapchat e ele logo visualizou. Em uma outra foto ele disse que estava com saudades de me ver de touca. Escovei meus dentes depois voltei para o quarto. Eles ainda dormem feito anjinhos. Passei a mao no cabelo do Arthur e percebi que a pulseira que o Jay me deu ainda esta aqui. Viva. São tantas coisas lembrando o Jay que as vezes parece que sinto sua presença.
  Ao anoitecer fomos todos para a casa da minha mãe. A Lê com o Caio e Sofia. Tia Barbara, Jack e Martin que esta cada dia mais lindo. Convidei a familia do Jay. Mas só o Tom veio. Convidei a Jess mas ela disse que ia passar a virada do ano em outro país. Quando estava quase dando meia noite no relógio da sala eu olhei para pulseira bem colocada no meu punho. Esta noite estou usando as jóias que o Jay me deu no nosso aniversário de casamento. Meu vestido é verde água para combinar.
Depois da meia noite o meu celular tocava desesperadamente. É o Jay,Taylor, Joe... Essas pessoas. Atendi o Jay.
  — Feliz ano novo minha vida. Te amo muito mesmo ouviu? — Ele falou assim que atendi.
  — Também te amo muito anjo. Que esse ano seja melhor do que o passado. — Conversamos por uns dois minutos e tinha alguem tentando falar comigo. — Amor, tem alguem tentando falar comigo. Depois te ligo — falei desligando. O celular tocou novamente e é a Taylor. Ela me desejou feliz ano novo e eu o mesmo.
  Amanheceu o primeiro dia do ano. Já é janeiro. E logo tenho que voltar para Nova Iorque. Matricular o Arthur no pré escolar. Ir para faculdade. Só de pensar nisso minha cabeça dói. Enfiei a cara no travesseiro e soltei um grito que não fora ouvido por ninguém. Climax tocou me fazendo sorrir. Obviamente é o Jay.
  — Bom dia vida.
  — Bom dia — Disse
  — Tudo bem?
  — Aham
  — Certeza? — Não.
  — Sim.
  — Te conheço mais do que você imagina linda. Vamos lá. Se abre comigo.
  — Eu te amo Jay. Sinto sua falta mais do você  imagina. Sinto falta do seu cheiro, do seu jeito, da sua voz, das suas manias insuportáveis, dos seus olhos, da sua boca, do seu cabelo, de tudo. — Desabafei
  — Também sinto sua falta linda. — Ele falou quando senti meus olhos queimarem. Uma lágrima desceu pelo meu rosto.
  — Tenho que desligar. — Falei assim que notei meu nariz escorrendo
  — Te amo. Mais tarde a gente se fala — Ele falou e eu desliguei.
   * algum tempo depois *
Um ano se passou desde que o Jay foi para essa turnê. Desde então me sinto sozinha. Solitária. Frágil. Vulnerável. Ele era como um anjo. Guardião. Se eu ficar longe dele tudo fica confuso. Fica extremamente sem sentido.
  Em nenhum dia, desde que ele entrou na turnê, ele veio nos visitar. Nenhum dia. E ele não sabe o quanto eu chorei de saudades. Chorei ao lembrar dele cantando Heart Vacany para mim em um show. Chorei por estar esgotada. De tudo e de todos. Cuidar de dois filhos, faculdade, ensaiar para apresentações, criar coreografias. Minhas pernas estão cansadas. São dias e dias ensaiando. Me deram um turma de adolescentes para eu coreografar. E isso é exaustivo. Mas do que eu não reclamo é de chegar em casa e ter meus filhos comigo. A Bella cresceu tanto. Ela esta andando. Falando algumas coisas. Mas o que ela mais fala é papai. Foi uma das primeiras palavras então é o que ela mais fala.
  Agora, por exemplo, estou aqui, na faculdade. Tive que ficar para ensaiar com algumas pessoas. Eu sou a dançarina principal então fiquei mais um tempinho para ensaiar mais. Meus olhos estão cansados. Pesados.
  O espetáculo é de ballet. Então é obviamente isso que eu estou dançando. Ou tentando dançar. As nove e meia da noite depois de um dia inteiro dançando e dançando. Ensinando e ganhando paciência com esses jovens. É meio difícil ficar com pique.
   Estou aquecendo, e, como minhas manias não são das mais normais, aqueço de olhos fechados.
  Cabelo solto, descalça, collant, make que já saiu na primeira dança e algumas olheiras de brinde.
   A Taylor disse que passaria aqui depois de uns vinte minutos após todos terem ido embora. Esses vintes minutos já se passaram.
  A porta antiga do estúdio rangeu. Imagino que seja a Taylor
  — Seria demais pedir mais uns cinco minutos? — Eu reclamo mas gosto de dançar. Ficar aquecendo de olhos fechados. Isso me tranquiliza.
  — Seria... Não aguento nem mais um segundo longe de você. — Uma das vozes mais serenas do mundo. A única voz que me tranquiliza com uma simples palavra. Nem uma palavra. Um simples sorriso. Um breve suspiro. Um olhar. — Pensei que seria recebido com um dos seus melhores abraços anjo. — Soltei uma risada. Mas minha visão esta embaçada já. Sinto que virão lágrimas. Me virei para ele. A mesma pessoa. Só que com o cabelo um pouco maior. A barba aparada...

~Brownie

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